Blog: O Mensageiro do Diabo
O Mensageiro do Diabo (1955) é o tipo de filme que fica na cabeça do espectador. Seja pela bem construída narrativa de suspense/noir; pela icônica marca de love/hate tatuada nas mãos do protagonista; pelo elenco estelar (Robert Mitchum, Lillian Gish, Shelley Winters) ou simplesmente pela premissa de subverter a figura de um pastor, mostrando à audiência que, em prol da fé, é possível criar um rebanho de ovelhas submissas que acreditam fielmente na santidade do reverendo.
Acontece que Harry Powell é o oposto da bondade. O pastor deixa um rastro de viúvas mortas por onde passa, roubando o dinheiro delas e partindo para outra vítima. Um dia, na prisão, Harry conhece um pai de família que matou dois homens durante um roubo a banco. Lá ele descobre que o criminoso deixou os 10 mil dólares roubados com seus filhos pequenos em um esconderijo que apenas eles três sabem. Para Harry, essa informação vale mais do que água no deserto. Afinal, o quão fácil seria manipular uma criança?
Livre da cadeia, o pastor vai em direção à pequena cidade do colega de cela – agora já morto. Seu objetivo é encontrar a viúva e os filhos. Dessa forma, inicia-se um verdadeiro thriller conduzido com maestria pelo lendário ator Charles Laughton. Uma pena que essa tenha sido sua única experiência na direção por conta do fracasso do filme na estreia.
Com uma fotografia que bebe muito do expressionismo alemão, e com cenas alegóricas atemporais – como a ereção do pastor sendo representada por uma canivete se abrindo –, O Mensageiro do Diabo é um dos mais importantes e influentes filmes da década de 1950. Em 2008, a revista Cahiers du cinéma elegeu o longa de Laughton como o segundo melhor filme de todos os tempos, atrás apenas de Cidadão Kane (1941, Orson Welles).
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Texto por: Pedro Degobbi