Blog: A Arte de Billy Wilder – Amor na Tarde
Segunda colaboração entre Audrey Hepburn e Billy Wilder – sendo Sabrina (1954) a primeira –, Amor na Tarde é uma deliciosa comédia romântica que ainda reúne os astros Gary Cooper (Matar ou Morrer) e Maurice Chevalier (Gigi). Na trama, Claude Chavasse (Chevalier) é um detetive particular contratado para investigar as atividades do conquistador Frank Flannagan (Cooper). Ariane (Hepburn), filha de Claude, acaba se envolvendo na investigação quando o cliente que suspeita da esposa infiel, Monsieur X, avisa que vai assassinar o galanteador que está dormindo com sua mulher.
O detetive lamenta a atitude do contratante, pois sabe que perderia uma clientela no futuro, visto que Frank é um playboy conhecido por seus affairs casuais. A jovem Ariane consegue chegar a tempo no hotel onde está a esposa infiel, e Monsieur X fica confuso por não encontrar a sua companheira lá. A partir daí, Ariane e Frank passarão a viver um romance escondido.
Filme que se situa na metade da filmografia de Wilder, Amor na Tarde acaba sendo um marco para o diretor porque representa a sua primeira parceria com o roteirista I.A.L Diamond. Juntos, os dois escreveriam mais 11 longas-metragens, incluindo Quanto Mais Quente Melhor (1959) e Se Meu Apartamento Falasse (1960). Para se ter uma dimensão maior da importância dessa parceria, e dessa “virada” na filmografia de Wilder, apenas um filme do diretor após Amor na Tarde não foi coescrito por Diamond: Testemunha de Acusação (1957), adaptação de um conto de Agatha Christie.
Baseado no romance “Ariane, jeune fille russe”, Amor na Tarde foi um fracasso comercial nos EUA. Uma das críticas recaia em cima da idade de Cooper (55/56), que estava muito velho para ser par romântico de Hepburn (27/28). Apesar disso, o longa é uma agradável comédia despretensiosa, que merece ser conferida pelos fãs do cineasta e dos astros envolvidos. Garanta o seu exemplar agora mesmo em nossa loja virtual.
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Texto por: Pedro Degobbi
